sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Maioria dos produtos divulgados na mídia chilena não é saudável


Publicado em

Adital : 05.11.2009

Karol Assunção : Jornalista da Adital


Ter uma alimentação saudável nos dias de hoje não é uma tarefa fácil. No Chile, propagandas de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar destinadas, principalmente, ao público infantil, contribuem ainda mais para o distanciamento de uma dieta saudável. Diante do alto índice de obesidade infantil no país, a Liga Cidadã de Consumidores divulgou, na última terça-feira (03), uma pesquisa sobre a publicidade de alimentos para crianças.


A "Análise da publicidade de alimentos destinada a crianças e adolescentes em canais de televisão aberta" constatou que a maioria dos produtos anunciados na televisão chilena não é saudável. "As conclusões do estudo são preocupantes pois, segundo as cifras do governo, 20,8% dos estudantes do primeiro grau são obesos. Por isso acreditamos que a publicidade de alimentos dirigida a meninos e meninas deve ser regulada.", considera Rubén Andino, presidente da Liga Cidadã.


Segundo a pesquisa, predomina a publicidade de alimentos com altos níveis de sal e gorduras, com pouca ou nenhuma quantidade de fibra dietética. Além dos anúncios, o estudo revela que muitos produtos não saudáveis (aproximadamente 27%) divulgados na televisão também possuem sites na internet e realizam diferentes promoções e concursos para atrair ainda mais o consumidor. Por outro lado, não há propagandas de incentivo a ingestão de frutas e verduras.


Por conta disso, a Liga Cidadã solicita às autoridades, dentre outros pontos: a regularização de propagandas de alimentos não saudáveis destinadas a crianças e adolescentes, a proibição da venda desses produtos em colégios e universidades, a implementação de "quiosques saudáveis" nas escolas, e a obrigação das indústrias alimentícias de detalharem nos rótulos o conteúdo dos açúcares.


De acordo com a pesquisa, os produtos divulgados nos canais abertos chilenos não incentivam uma alimentação saudável. "A publicidade televisiva oferece uma base culinária deflacionária, uma alimentação vulgar e desproporcional em açúcar, sal e gorduras de má qualidade.", afirma a Liga.


O pouco valor nutritivo pode acarretar uma série de problemas na saúde de crianças e adolescentes. Segundo a análise, o consumo de sal e de gorduras (saturadas e trans) em altas quantidades contribui, por exemplo, para o surgimento da hipertensão, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.


Segundo a análise, apenas dez produtos anunciados na televisão poderiam ser considerados como saudáveis. Em alguns, os valores nutricionais ultrapassam o limite recomendado por nutricionistas. Como é o caso do Ketchupp Hellman´s, da Unilever, por exemplo. Para ser considerado saudável, o produto deveria ter, no máximo, 120 mg de sódio para cada 100 gramas. No entanto, o produto apresenta 1389 mg.


O estudo completo está disponível em:

http://www.scribd.com/doc/21970315/Estudio-de-la-Liga-Ciudadana-de-consumidores-de-la-publicidad-de-alimentos-orientada-a-ninos-y-adolecentes-en-la-telvision-abierta-chilena



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