domingo, 30 de setembro de 2012

Vladimir Maiakovski (1893 – 1930)


Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.


Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.


Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.


E já não podemos dizer nada.


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